Besouro Mangangá
era filho de Maria José e João Matos Pereira, nascido em 1895 segundo o
documento relativo à sua expulsão ou em 1900 para o documento relativo à sua
morte, era natural do recôncavo baiano e viveu
naquela região em um período que suas principais cidades: Santo Amaro, São Félix e Cachoeira tinham
importante papel no cenário produtivo como polos de intermediação das
mercadorias que iam e chegavam do sertão baiano. Manoel
Henrique que, desde cedo, aprendeu os segredos da capoeira com o Mestre Alípio
foi batizado como Besouro Magangá por causa crença, de muitos que diziam
que quando ele entrava em alguma embrulhada e o número de inimigos era grande
demais, sendo impossível vencê-los, então ele se transformava em besouro e saía
voando. Várias lendas surgiram em torno de Besouro para justificar de seus
feitos, a principal atribui-lhe o “corpo fechado” e que balas e punhais não
podiam feri-lo. Devido aos seus supostos poderes Besouro Mangangá tornou-se um
personagem mitológico para os praticantes da capoeira, tendo sua
identidade relacionada aos valentões, capadócios, bambas e malandros.
Especula-se que não gostava da polícia e que teria praticado de vários
confrontos com as força policiais, às vezes levando vantagem nos embates,
porém, segundo Antonio Liberac Cardoso Simões Pires: “Suas práticas não podem ser associadas ao
banditismo, pois Besouro sempre se caracterizou como um trabalhador por toda
sua vida, nunca sendo preso por roubo, furto ou atividade criminal comum. Suas
prisões foram relacionadas às ações contra a polícia, principalmente no período em que esteve no exército”. Algumas documentações históricas registram os
confrontos entre Besouro Mangangá e a polícia, como o ocorrido em 1918, no qual Besouro teria se
dirigido a uma delegacia policial no bairro de São Caetano, em Salvador, para recuperar
um berimbau que pertencia ao seu grupo. Com a recusa do agente em
devolver o objeto apreendido, Besouro partiu para o ataque com ajuda de alguns
companheiros. Eles não coseguiram recuperar o berimbau desejado, pois foram
vencidos pelos policiais, ao quais receberam ajuda de um grupo de moradores
locais:
Aos
dez dias de setembro de mil novecentos e dezoito,
nesta
capital do estado da Bahia (...) Argeu Cláudio de Souza,
com
vinte e três anos de idade, solteiro, natural deste estado,
praça
do primeiro batalhão da brigada policial (...)
foi
interrogado pelo doutor delegado que lhe perguntou o seguinte:
como
foi feita a agressão de que foi vítima no posto policial
de
São Caetano? (...) Ali apareceu um indivíduo mal trajado,
e
encostando-se a janela central do referido posto,
durante
uns cinco minutos, em atitude de quem observava alguma coisa,
que
decorrido este tempo, o dito indivíduo interpelando o respondente,
pediu-lhe
um berimbau que se achava exposto juntamente com armas apreendidas...
Estilo
de Luta
A capoeira
praticada no recôncavo baiano no final
do século XIX e início do século XX apresentava aspectos próprios, tinha em seus traços
lúdicos a inserção de instrumentos de cordas - possivelmente houve a mescla
entre a prática do samba e da capoeira - e nos treinamentos de luta envolvia
técnicas em torno do uso de armas como a faca
e a navalha; o chapéu era um importante elemento na
defesa das investidas de mão armada. Os praticantes de capoeira desse período
desenvolveram uma técnica de ataque com faca e navalha que consistia no fato do
lutador amarrar sua arma e um elástico e treinar o ato de lançar a arma, ferir
o adversário e retornar a mão novamente.
Morte
de Besouro
As circunstâncias
de sua morte são contraditórias. Há versões que afirmam que Besouro morreu em
um confronto com a polícia; outras, que foi traído, com um ataque de faca pelas
costas. Esta última é muito cantada e transmitida oralmente na capoeira. Um fazendeiro, conhecido por Dr. Zeca, após seu
filho Memeu ter apanhado de Besouro, armou uma cilada, mandando-o entregar um
bilhete a um amigo que administrava a fazenda Maracangalha. Tal bilhete pedia
para que seu portador fosse morto. Besouro, analfabeto, não pôde ler que aquele
bilhete era endereçado ao seu assassino e que esclarecia que o portador era a
vítima, ou seja, ele próprio. Assim, no dia seguinte, ao voltar para saber a
resposta, quarenta soldados o estavam esperando. Um homem conhecido por Eusébio
de Quibaca acertou-lhe nas costas com uma faca de tucum
(ou ticum), um tipo de madeira, tida como a única arma capaz de matar um homem
de corpo fechado. O atestado de óbito relata
da seguinte forma:
Manoel
Henrique, mulato escuro, solteiro, 24 anos, natural de Urupy,
residente
na Usina Maracangalha, profissão vaqueiro, entrou no dia 8
de
julho de 1924 às 10 e meia horas do dia, falecendo às sete horas da noite,
boaa ,proxima semana devo postar sobre mesrre canjiquinha axe irmao
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